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sexta-feira, 1 de abril de 2011
Abissínio
Ele é considerado o Puma miniatura do reino dos gatos de estimação. Não é difícil imaginar o porquê. Repare na foto.
O corpo com musculatura bem definida, a pelagem curta e, sobretudo,
a cor (chamada de ruddy, a mais comum dessa raça) e a peculiar marcação batizada de ticking, caracterizada pelo efeito pontilhado gerado pelos fios que mesclam faixas em tons claros e escuros, o tornam realmente semelhante ao grande felino selvagem. "O Puma tem exatamente essa coloração e essa marcação",
comenta a criadora Márcia Rizzi, do gatil Sathya, de São Paulo. O Abissínio não só está entre os poucos gatos domésticos com padrão ticking de pelagem como é o único que o combina com outras características físicas que remetem ao Puma.
O visual ímpar lhe é vantajoso. "Raças de pêlo curto muitas vezes não são devidamente valorizadas por serem associadas a gatos vira-latas, mas o Abissínio escapa desse estigma", observa o criador Ricardo Ferreira, do gatil Abcoon, do Rio de Janeiro.
"É impossível ver um Abissínio e confundi-lo com um gato sem raça definida", concorda Márcia.
A origem da sua especial aparência não é certa. Acredita-se que a raça tenha se desenvolvido naturalmente em regiões da costa do Oceano Índico e em partes do Sudeste da Ásia.
Sua semelhança com felinos desenhados em templos de Núbia, no Egito, e com exemplares mumificados encontrados em tumbas datadas de 2.000 a.C.
levam a crer que ela descenda dos gatos sagrados do antigo Egito, do qual a Abissínia era próxima. Seja como for, o Abissínio como conhecemos hoje foi aprimorado na Grã-Bretanha.
Teria sido levado para lá por soldados ingleses que retornavam da Guerra da Abissínia, ocorrida de 1867 a 1868. No início do século 20, exemplares da raça foram exportados para os Estados Unidos, dando início à criação oficial fora do domínio britânico.
No Brasil, embora não haja registros precisos, tudo indica que a chegada da raça data da segunda metade dos anos 70.
"Em 1979, ganhei um casal de exemplares já adultos de um rapaz que os trouxe dos Estados Unidos", conta a ex-criadora Anne Marie Gasnier, fundadora da primeira entidade nacional do segmento, o Clube Brasileiro do Gato, inaugurado em 1972.
"Antes disso, não havia notícia da existência do Abissínio no País", assegura.
POPULARIDADE
Apesar de não estar entre os gatos mais criados do mundo, o Abissínio garantiu seu espaço nas gatofilias mais avançadas.
Na Grã-Bretanha, segundo os dados da Governing Council of the Cat Fancy (GCCF), principal entidade britânica do segmento,
a raça se mantém há vários anos entre as 15 que mais registram filhotes anualmente.
Nos Estados Unidos, sua popularidade é ainda mais significativa. No maior órgão gatófilo norte-americano, a Cat Fanciers' Association (CFA),
o Abissínio é há pelo menos seis anos consecutivos a 5 a raça em número anual de nascimentos declarados.
E na segunda maior entidade, a The International Cat Association (Tica), ocupa desde 1999 a 9 a posição.
Em solo verde-amarelo, já não é novidade, as organizações da gatofilia não disponibilizam seus registros de maneira sistemática,
o que inviabiliza análises precisas sobre a evolução das raças no País.
De concreto, o que se sabe é que há seis anos havia um único gatil de Abissínios em atividade.
Hoje, há pelo menos cinco: o Sathya, em São Paulo; o Abcoon e o Bright Moon, no Rio de Janeiro; o Bungalow, em Belo Horizonte, e o Svasti Aby, no Maranhão
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