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quinta-feira, 31 de março de 2011
Sagrado da Birmânia
Comecemos pela sofisticada distribuição das cores em sua pelagem. O corpo é "casca de ovo" bem suave, com o dorso bege dourado, contrastando com a face, orelhas, pernas, cauda e genitais que têm uma entre as 17 colorações permitidas. E nas 4 patas, as graciosas "luvas" em puro branco, dão um toque exclusivo.
A pelagem, classificada como semi-longa, tem textura sedosa e ajuda a modular as formas com comprimentos diferenciados: é curta na face, longa no dorso e nas lateriais e semi-longa nas demais partes. Os olhos, de um azul profundo, exprimem ao mesmo tempo auto-confiança e ingenuidade.
É preciso saber que as charmosas "luvas", constituem um desafio adicional para os criadores pela dificuldade em fixá-las. Cruzar um casal que as tenha perfeitas, ou seja, cobrindo apenas os dedos, não garante que nos filhotes elas sejam bonitas, e, de outra parte, pais com "luvas" ruins, altas ou curtas demais, podem dar ninhadas em que elas se apresentam excelentes.
SENSÍVEL
No convívio, o Sagrado da Birmânia revela-se um grande companheiro do dono, seguindo-o sempre, abrindo mão até da sua posição predileta, que é ficar preguiçosamente deitado. Sensível, pode deixar de comer por motivos afetivos e psicológicos, tais como a ausência do dono, a presença de estranhos ou um barulho inesperado. Tímido, mostra-se sociável com quem brinca com ele, mesmo quando já se tornou adulto ou idoso, e demonstra gostar dessas oportunidades para se aproximar das pessoas.
Entretanto, com os estranhos, sua atitude é reservada. Não gosta que o toquem e pode até morder se houver insistência. Lilly Anciau, juíza belga de todas as raças da FIFE - Federação Felina Internacional - comenta à Cães & Cia que "a docilidade que o Sagrado da Birmânia demonstra em casa, acaba nas pistas. Ele não permite ser tocado pelo juiz. Antes de morder, porém, adverte alterando sua voz baixa e calma para com um som que lembra uma tosse rouca". Este aparente ataque de tosse ocorre quando a raça fica nervosa, irritada ou não recebe a atenção desejada.
A sociabilidade, seja com o dono ou com outros animais, é importante para o Sagrado da Birmânia, sob pena dele tornar-se melancólico. Até com os cães se relaciona bem, como conta Fabiana Trevisan do Gatil D'Trevisan, São Paulo - SP, que já teve 3 gatos desta raça: "todos conviveram com os vários cães de casa e fizeram amizade com os da vizinhança".
Relativamente recente, o Sagrado da Birmânia foi reconhecido em 1925, na França, pela primeira vez. Na década de 60 começou a ser desenvolvido nos EUA, um dos países que mais o cria na atualidade. Raro no Brasil, é também difundido na França, Alemanha, Inglaterra, Escandinávia, Suécia e Bélgica.
FICHA
Aparência: Tamanho médio; corpo ligeiramente longo; pés redondos; estrutura forte, bochechas redondas; testa pouco arredondada; nariz médio sem stop; orelhas preferivelmente pequenas não tanto quanto as do Persa, inseridas bem separadas; olhos azuis, ligeiramente ovais. Pelagem com textura sedosa e semi-longa, mais longa no dorso e nas laterais e com pouco subpêlo. As pontas (face, orelhas, cauda, pernas e genitais) de coloração mais escura em contraste com a cor creme ou bege do corpo. O branco (simétrico) das 4 patas brancas deve ir até a articulação com as pernas ou até o ponto de encontro dos dedos com os metacarpos.
Cores: são reconhecidas 17 subdivididas em 4 grupos - Point (Red, Seal, Blue, Chocolate, Lilac e Cream), Tortie Point (Seal), Tabby Point (Cream, Seal, Blue, Chocolate, Lilac e Red) e Tortie Tabby Point (Seal, Blue, Chocolate e Lilac). Essas cores devem ser lisas e contrastar bem com o corpo. São indesejáveis manchas brancas na barriga e nos genitais, partes escuras das patas e peito e luvas subindo muito por trás das patas.
Base dos dados acima: Padrão Fife de 1992.
Escolha do filhote: as marcações nas extremidades só aparecem com 4 a 5 meses de idade. Evitar estrábicos (propensão da raça).
Cuidados: pelagem sedosa com pouco subpêlo não causa embolamento, requerendo só uma escovação semanal com escova de cerdas macias.
Ninhada: média de 4 filhotes.
Agradecemos aos entrevistados. Os brasileiros participaram revisando também este texto
Reportagem e redação: Carmen Olivieri. Edição de texto: Marcos Pennacchi
Fotos: Gatil Miguel Arcanjo
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